Ambos não podem ser identificados, são adolescentes na faixa etária dos 15 anos, pois a Lei federal, dos amigos de seus pais, só permite o registro das iniciais protetivas, então a piriguete passa a ser P e o rapaz pequeno RP.
A P e o RP festaram todas as fases deste raio de vida, mijaram, mamaram, encheram o saco, cantaram parabéns, escolheram grife, colocaram boné de lado, deram um trabalho além mar para a tia, o tio, o pai, a mãe, agregados e derivados.
A P resolveu enfiar metal até na perseguida com sérios riscos de esfolamento carnal futuro e o peniano RP que não conhecia a P partiu a mil a sangrar o peito e os braços com “tatu” de pré gang e folha de Cannabis que seu melhor amigo o convenceu que era ecológico.
Pais e mães, contemplativos, “ é da idade” e por aí a vida continuou, colégio virou endereço fora de casa e a noite comeu o dia pela perna, sem rumo, lenço ou documento.
É uma história curta, mas os dois tinham moradia com aluguel em dia, educação, posto de saúde, roupas da época, luz, água potável, família tipo família, balada, porrada, trago, revolta, baseado, pó disponível e mesmo assim não faziam ou produziam bosta nenhuma, inúteis, impróprios e sempre, todo o tempo - donos da verdade -.
Fiquei sabendo que a piriguete encontrou o rapaz pequeno e foi força de bombada, daquelas de arrepiar macaco e dormiram e acordaram e ele não sabe até hoje quem é ela e ela sequer soube que estava com ele ou que tudo aconteceu debaixo de uma ponte.
Enfim, passados dois anos e meio, após furtos, roubos, alguns estupros sem boletim de ocorrência e duas singelas tentativas de homicídio em nome da glória de não ser otário, ele foi para o centro de reabilitação cumprir medida por ato infracional e ela não se tem conhecimento, desapareceu de casa.
Será que os itajaienses não querem a criação de uma Guarda comunitária, que não é polícia, devidamente concursada, formada em academia de segurança pública, preparada, preventiva, com ética e cidadania?
Ou será que os personagens P e RP aos dezoito anos serão exemplos de conduta, futuro estável e irão liderar campanhas contra as drogas e violência?
Calma , apenas estou perguntando.
Carlos Ely – cidadão – 01/06/2010
O texto foi escrevinhado pelo secretário da (In) Segurança de Itajaí, Carlos Ely, que reforça na assinatura que o faz como cidadão. O problema é dissociar...
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