terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pavan pede para deixar correr pro TJSC

 
O vice-governador Leonel Pavan se dirige neste momento para a Assembléia Legislativa, onde vai protocolar oficio junto ao presidente interino da Casa, deputado Gelson Merísio (DEM), solicitando que os deputados apreciem o pedido do Tribunal de Justiça do estado, votando favoravelmente para que sejam apuradas as denúncias formuladas pelo Ministério Público, no caso da Operação Transparência.
  
Veja a integra do documento: 
 
Florianópolis, 26 de janeiro de 2010.
 
Exmo. Senhor
 
Deputado Jorginho Mello
 
DD. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina
 
Nesta
 
Excelentíssimo Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados:
 
1. Ao homem público o que mais engrandece é a honra. Assim sempre se desenrolou a minha
vida política, disputando eleições e exercendo os mandatos de Vereador, Prefeito por
três vezes, Deputado Federal, Senador da República e, agora, Vice Governador.

2. Santa Catarina conhece muito bem a história política do Governador Luiz Henrique
da Silveira. Nosso Estado não pode prescindir de todo o cabedal de conhecimento e
experiência deste destacado e honrado homem público. Santa Catarina também conhece
muito bem a minha história política.
 
3. No entanto, em novembro de 2009, fui surpreendido com a divulgação de um
Inquérito que pôs em dúvida ações administrativas. Nele, aparecem conversas de
terceiros e imagens que não retratam qualquer atitude ilícita, ensejando injusta
denúncia junto ao Tribunal de Justiça de nosso Estado. 
 
4. Indignado com tudo isso, imediatamente orientei meu advogado no sentido de pedir
para agilizar o processo, visando restabelecer a verdade 
 
5. Como o Tribunal de Justiça de Santa Catarina estava em recesso, declinei de
assumir o Governo no dia 5 de janeiro do corrente ano para, em respeito ao
Judiciário e aos catarinenses, preparar e apresentar minha defesa. 
 
6. Apesar de ter dito em minha defesa, encaminhada ao Tribunal de Justiça, que abria
mão da prerrogativa que o cargo detém, ou seja, a prévia autorização da Assembléia
Legislativa, entendeu o Pleno daquela Corte, por maioria de votos, após calorosos
debates, que o processamento depende da mencionada formalidade legal, decidindo pelo
encaminhamento do pedido de autorização a esta Casa para a apuração das denúncias
que a mim são imputadas. 
 
7. A partir da decisão do Tribunal de Justiça surgiram inúmeras especulações em
torno do que poderia acontecer. Tenho certeza de que os membros desta ilustre Casa
votarão de acordo com as suas consciências e o melhor para o nosso estado de Santa
Catarina. Imaginavam alguns que eu fosse me valer da larga base de apoio
governamental para interromper a apuração das denúncias que contra mim achacam. Ao
contrário. Confio plenamente nos parlamentares que são legítimos representantes do
povo catarinense e que sempre fazem valer a independência necessária ao regime
democrático.  
 
8. Compareço, por isso, antes do reinicio dos trabalhos legislativos, a esta Casa,
dirigindo-me a Vossa Excelência e a cada um dos quarenta Deputados que a integram,
para reafirmar que não pratiquei nenhum ato ilícito e, não causei ao Estado de Santa
Catarina qualquer tipo de prejuízo. 
 
9. Tenho sofrido muito com as freqüentes manifestações contra a minha pessoa. Estou
pagando um preço muito elevado. Meu patrimônio político foi construído com muito
trabalho e sacrifício. Espero que a verdade e a justiça sejam restabelecidas. Depois
de vinte anos de vida pública e de sete eleições vitoriosas, a minha maior
preocupação é a população catarinense. Diante desse intenso massacre a que estou
sendo submetido, preocupa-me o patrimônio político. Porém, mais do que tudo,
preocupa-me a minha imagem pessoal, a minha moral que está sendo injustamente 
atingida.
 
10. Minha angústia pessoal aumenta enormemente quando vejo no dia a dia o sofrimento
de minha família, de meus amigos e de todos aqueles que, por me conhecerem, sabem da
minha inocência nestas acusações que tentam me imputar.

11.  Por isso, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, em respeito a cada
um dos membros desta Casa e de todos os catarinenses, indistintamente, me dirijo a
Vossas Excelências para pedir que votem favoravelmente ao pedido que o Tribunal de
Justiça do nosso Estado lhes encaminhará, para que seja permitida a apuração das
denúncias contra mim apresentadas pelo Ministério Público Estadual.
  
12. Concedida a autorização por esta Casa, apelarei ao Tribunal de Justiça para que
envide todos os esforços para agilizar o andamento da apuração. Mais do que ninguém,
tenho interesse de ver apreciadas pelo Tribunal de Justiça cada uma das acusações
que pesam sobre mim. Confio no Judiciário Barriga-Verde, confio no Tribunal de
Justiça de Santa Catarina.
 
13. Reafirmo o propósito de trabalhar em favor dos catarinenses, com dedicação e
esmero, promovendo em especial as ações que mais possam contribuir para a promoção
da dignidade das pessoas que habitam no nosso Estado, em especial aqueles que mais
precisam das iniciativas do Poder Público. É com este sentimento, com este
propósito, que me disponho a exercer o mandato de Governador, respeitando a todos,
inclusive meus adversários. 

14. Invocando a proteção de Deus sobre todos nós, rogo para que a verdade,
momentamente oculta por circunstancias e interesses não sei de que ordem seja
restabelecida. 
 
 
 
Atenciosamente
 
 
 
LEONEL ARCANGELO PAVAN
 
Vice-Governador do Estado

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